Transformação Digital e a Educação no Brasil
Se considerarmos que no Brasil existem cerca de 55 mil professores sem nenhuma experiência em ensino a distância, podemos concluir que o desafio é evidente. Além disso, ao levarmos em conta que esse grande número de docentes, ao ingressar no ambiente tecnológico, tende a replicar o modelo tradicional de aula presencial — expositiva e sem um equilíbrio adequado de atividades — devido à sua formação não voltada para esse novo universo, percebemos que cada disciplina é considerada essencial e que o currículo deve ser cumprido rigidamente em horas-aula. Isso nos leva a entender que a transformação digital em si é o verdadeiro desafio. A razão para isso é que o elemento central do processo de ensino e aprendizagem, o aluno, não foi devidamente considerado, envolvido ou motivado para participar.
Portanto, essa transformação vai muito além da simples adoção de tecnologia. Em primeiro lugar, ela exige uma mudança de mentalidade, ou seja, uma nova maneira de entender a sala de aula, onde o papel do professor deixa de ser o de mero transmissor de conteúdo para se tornar um orientador, sem ocupar o protagonismo na relação educativo. Em seguida, vem a necessidade de dominar metodologias ativas de aprendizagem, de abandonar as antigas aulas expositivas e a falsa crença de que uma abordagem orientada para a ação não é eficaz para o estudante. É preciso acreditar que o estudante pode resolver problemas por si mesmo e que a experiência e o conhecimento que ele traz são valiosos para a escola. Precisamos formar mais estudantes, não apenas alunos, incentivando-os a sairem de uma postura passiva e a se tornarem agentes ativos de suas próprias vidas e destinos.
Há algo de novo nesse cenário? Provavelmente não. Se olharmos para a história da filosofia, Sócrates já praticava esse método sem o uso de internet, smartphones, microchips, tablets ou computadores. Se tivéssemos compreendido o ser humano em desenvolvimento conforme Sócrates indicou e não nos rendido à tentativa de limitar nossos estudantes em verdadeiras "caixas" acadêmicas e eclesiásticas, talvez a tecnologia fosse, hoje, apenas mais uma ferramenta para formar realmente pensadores críticos. Lembre-nos de que as ciências são aquelas que reconhecem os limites de sua própria ignorância. Além disso, uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.
Este texto foi inspirado em uma conversa com o professor Ludovido Bernardi, que é diretor acadêmico da Faculdade Prepara, ele menciona principalmente a questão da preparação dos profissionais em relação à tecnologia que o ensino à distância traz.
Se sua habilidade é com tecnologia, temos o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Faculdade Prepara, conhecer e transformar suas habilidades em um futuro profissional brilhante.
CURRÍCULO LUDOVICO OMAR BERNARDI: Doutor em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), graduado em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e em Publicidade & Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e graduando em Engenharia da Computação pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). Profissionalmente, é avaliado pelo INEP/MEC, tendo já atuado como Diretor Geral da Estácio do Amazonas, Diretor de EAD do Centro Universitário FAMETRO, Superintendente Estratégico dos Salesianos, Diretor de Campus e Diretor de Pós-Graduação da Unicesumar, além de Professor de graduação da Universidade Tiradentes (UNIT), tanto na modalidade presencial quanto a distância. É também professor convidado dos cursos de especialização na modalidade MBA, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ministrando as disciplinas de Comunicação e Relacionamento Interpessoal, Comunicação Interpessoal, Empreendedorismo e Desenvolvimento de Novos Negócios, Comunicação na Era Digital e Comunicação Empresarial. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada e Semiótica, atuando principalmente nas seguintes áreas: Comunicação e Linguagem, Análise do Discurso, Redação Publicitária e Empresarial. Atualmente é Diretor Acadêmico da MoveEdu Inovação e Educação, respondendo pelas graduações e pelos Cursos Yécnicos e Educação de Jovens e Adultos (EJA).